Mais que apurar o real estado ambiental do rio Coura, é necessário tomar desde já medidas para o preservar. Esta temática torna-se ainda mais importante se pensarmos que, se não forem devidamente informadas, as gerações futuras farão o mesmo que as presentes, em relação ao rio. Com efeito, organizamos em Março passado a palestra “Comportamentos individuais e colectivos necessários à preservação do rio Coura”, um espaço que pretendia reunir a informação ao debate e discussão, fazendo dos alunos parte integrante nesta matéria.
Maria do Carmo Miranda, representante do Parque Natural da Peneda Gerês, António Esteves, presidente da Paisagem Protegida do Corno de Bico e Arlindo Alves, membro da CDU concelhia e parte activa em diversas questões ambientais, propuseram-se transformar um pouco do seu conhecimento sobre a matéria em informação útil à preservação do principal curso de água do concelho. Em inquérito posterior, os alunos intervenientes avaliaram o desempenho dos oradores e o decurso geral da palestra.
Como referido, o principal objectivo a que a palestra se propunha era a informação, responsabilizando-se cada um dos oradores pelo modo como organizaria a sua intervenção. A maioria dos alunos inquiridos classificou com um “bom” a informação exposta, verificando-se uma quase igualdade nas opiniões favoráveis ao “muito bom” e ao “satisfatório”. Enquanto que Maria do Carmo Miranda acentuou a importância da água no mundo vivo, os seus parâmetros de avaliação em cada um dos diversos ecossistemas da natureza e o modo como cada um pode preservar esse bem essencial, António Esteves frisou a componente histórica e tradicional do rio Coura no concelho, tentando explicar aos presentes a importância da manutenção da mesma. Arlindo Alves por outro lado, e por meio de diversa informação recolhida durante o seu mandato à frente dos destinos da Junta de Freguesia de Formariz, apresentou aquilo que considerou serem “graves atentados ao nosso rio”, expondo fotografias acerca do estado do rio depois da realização do festival; do avançado estado de eutrofização das águas na zona da barragem de Paus (junto à descarga da Truticultura); daquilo que considera ser um funcionamento incorrecto da ETAR e, finalmente, dos milhares de peixes que em época de intensa poluição foram encontrados mortos nas margens do Rio.
Semelhante classificação foi atribuída à qualidade do espaço de debate e ao desempenho dos oradores, com clara preferência, em ambas, pelo “bom” e “satisfatório” em detrimento do muito bom. As intervenções de alguns alunos levaram a que se acendesse a discussão entre Arlindo Alves e António Esteves, acusando o primeiro a autarquia de negligência perante o problema da poluição do rio e a atribuição do título de “zona Balnear” à praia fluvial do Tabuão. De acordo com Arlindo Alves, análises de alguns anos atrás proibiram a praia fluvial a uso balnear, sendo exposta no local a respectiva informação, que poucos dias depois alguém terá retirado.
Relativamente à organização da palestra, a maioria dos assistentes classificou-a entre o “muito bom” e o “bom”, com predominância para o primeiro, o mesmo acontecendo com a pertinência do tema escolhido, que a quase totalidade classificou de “bom” a “muito bom”. O conhecimento do blog do grupo parece ser, por enquanto, restrito.