domingo, 10 de dezembro de 2006

ETAR respeita as normas?

A ETAR de Paredes de Coura, localizada em Formariz, constitui um dos pontos chave da nossa investigação, por ser apontada por muitos como uma das fontes da eventual poluição do rio Coura e por outros defendida, como o único meio que garante o tratamento dos esgotos no concelho. Depois da pesquisa acerca do funcionamento de uma ETAR, previamente apresentada neste blog, chegou agora a altura de dar a conhecer como funciona realmente a ETAR que deverá garantir a despoluição das águas de esgoto para que, em perfeitas condições, estas sejam lançadas no rio Coura. Relativamente à primeira parte do tratamento do efluente, pré-tratamento e tratamento primário, tivemos oportunidade de verificar que este se realiza efectivamente, por meio de duas grelhas de recolha de sólidos flutuantes: a primeira com o objectivo de recolher os sólidos de maiores dimensões e a segunda, também donominada de desarenador, com a função de recolher as areias menores.






















No entanto, verificamos não existir o sistema desengordurador que não deve faltar no tratamento primário, pois a separação das gorduras presentes no efluente facilita deveras a actuação dos micororganismos decompositores no tratamento secundário. No tratamento secundário que, segundo fontes próximas do departamento ambiental da Câmara Municipal, não se realizará na totalidade nem nas devidas condições, o efluente passa por um sistema de tanque duplo, onde além de equalizado o respectivo caudal, actuam microorganismos que irão decompor a matéria orgânica residual.





















Por serem aeróbios, os tanques em que decorre esta parte do tratamento necessitam de ser frequentemente arejados, de modo a não escassear a concentração de oxigénio. Como foi possível verificar, os sistemas que promovem esse arejamento não estarão em funcionamento pelo que, do ponto de vista científico, não existem condições para a sobrevivência dos microorganismos aeróbios, logo, não se efectuará a decomposição da matéria orgânica. Terminada a passagem por este sistema de tanque duplo, a água é considerada pura para ser novamente lançada no rio Coura. É de salientar ainda que a matéria orgânica que, por processos de sedimentação se deposita no fundo dos tanques, no tratamento secundário, é posteriormente recolhida para tanques cépticos, sob a forma de lama, onde ocorrerá o seu adequado tratamento.


Não se verifica porém, durante o tratamento secundário, a adição de floculantes, substancias que transformariam a matéria poluente em flocos, de modo a facilitar a sua recolha para os tanques cépticos, o que impede ainda mais a remoção dos resíduos do efluente, antes de este ser lançado no rio. À saída, é-lhe adicionada uma porção não quantificada de hipoclorito de sódio (a vulgar lixívia), cujo objectivo é remover quaisquer impurezas que possam ainda restar.

1 comentário:

Sonia Hianc disse...

Isto não me parece bem uma ETAR !!!!

Absurdo.. uma Estação de Tratamento de Águas residuárias que não cumpre o seu papel..muito pelo contrario..pelos vistos, ajuda a poluir ainda mais os rios!